Curso de Função Pulmonar Básico Fortaleza, 27 e 28 de março de 2009 Local: Pulmocenter
RESPOSTA A BRONCODILATADOR EM ESPIROMETRIA Dr. Paulo Gurgel
Respostas a broncodilatador em provas de função pulmonar • • • •
Espirometria Pletismografia Oscilometria forçada Teste de caminhada
Hutchinson (1811-1861)
1844-1852 • Espirometrias • Publicações • Equipamentos
Depois... Clifford, 1867 termômetro clínico Koch, 1882 baciloscopia da tuberculose Roentgen,1895 aparelho de raio X Scipione,1895 tensiômetro Einthoven, 1903 eletrocardiógrafo (imagem)
Robert Tiffeneau (1910-1961)
• Fisiologista respiratório e farmacologista • “ L´Hôtel Dieu” de Paris • Com Pinelli, em 1947: UE VEMS VEF1
Contribuições de Tiffeneau e seu grupo
• Descreveram a UE (capacité pulmonaire utilisable à l”efford) – 76 a 92% da CV • Realizaram estudos broncodinâmicos (adrenalina, acetilcolina, corticóides) na asma • Projetaram aparelhos para aerossóis
Prova broncodilatadora Quando se deve fazer • Como regra geral • Exceções – Normal? (SBPT/diretrizes 2002/algoritmo I) – Distúrbios ventilatórios restritivos (SBPT/diretrizes 2002/algoritmo IV)
• Em grau grave • Outros graus - se houver probabilidade clínica de DVR ou presença de fluxos supranormais
Prova broncodilatadora Quando se pode fazer
Critérios de aceitação e reprodutibilidade preenchidos pelo exame basal
Substância • Beta-2 adrenérgicos de ação curta: fenoterol e salbutamol • Via inalatória – Spray com espaçador (400mcg = 4 jatos) – Nebulizador por fluxo contínuo (1mg = 4 gotas)
• Tempo de espera: 15 a 20 minutos
Lembrete Suspensão prévia 4 horas para Bd de ação curta (fenoterol, salbutamol) 12 horas para Bd de ação prolongada (salmeterol, formoterol) Se a finalidade do exame for encontrar a máxima função pulmonar ou se a suspensão do Bd resultar em dispnéia acentuada, Bd deve ser mantido. AIE não devem ser suspensos.
Parâmetros • • • • •
VEF1 CVF CVL CI Outros
Critérios de aceitação e reprodutibilidade preenchidos pelo exame após broncodilatador
Variações • Absoluta = pós Bd – pré Bd • Relativa = pós Bd – pré Bd : pré Bd x 100 • % Previsto = pós Bd – pré Bd : Prev. x 100 As “respostas a Bd” referem-se a mudanças que excedem a variabilidade ao acaso.
Prova Bd Distúrbio obstrutivo Ausente
Presente
VEF1
VEF1
CVF
CV
CI
Variação absoluta (L)
*
≥ 0,20 e
≥ 0,35
≥ 0,40
≥ 0,30
Variação % do previsto
≥ 10%
>7%
-
-
-
* A resposta absoluta na ausência de obstrução varia com o tamanho do indivíduo. O critério percentual neste caso deve ser usado isoladamente.
Interpretação I * VEF1/CV ou VEF1/CVF diminuídos Variação VEF1 > 0,2L ou >7% previsto **
> 0,2L ou >7% previsto **
Variação CV < 0,40L e CVF < 0,35L e CI < 0,30L
Variação CV > 0,40L ou CVF > 0,35L ou CI > 0,30L
Variação significativa ** isolada de fluxo após Bd
Variação significativa de fluxo e volume após Bd
* Se não houver obstrução e Bd foi fornecido, ver algoritmo II ** A variação pode ser classificada como significativa e acentuada se VEF1 se elevar > 10% do previsto (5x maior probabilidade de asma do que DPOC)
Algoritmo II CV ou CVF normal VEF1/CV(F ) normais Espirometria após Bd Variação significativa (VEF1 > 10% previsto) Correlação clínica (+)* DVO leve
Correlação clínica (-) Aumento do tônus broncomotor
Variação não significativa Normal
*dispnéia, tosse, chiado
Se todos os parâmetros da espirometria após broncodilatador forem normais laudar “normalização funcional após broncodilatador”.
Interpretação II VEF1/CV ou VEF1/CVF diminuídos Variação VEF1 < 0,2L e < 7% previsto
< 0,2L e < 7% previsto
Variação CV > 0,40L ou CVF > 0,35L ou CI > 0,30L
Variação CV < 0,40L ou CVF < 0,35L ou CI < 0,30L
Variação significativa isolada de volume após Bd
Sem variação significativa demonstrável após Bd no momento do teste
Importância da prova • Grau de reversibilidade da obstrução • Asma x DPOC (se variação de VEF1 > 10% de VEF1 previsto) • Compatibilidade com o diagnóstico de asma (pela normalização funcional após Bd) • Maior acurácia à espirometria – falsos negativos em portadores de DVO – falsos positivos em portadores de DVR
Recomendação final As implicações clínicas das respostas a broncodilatador são muitas vezes incertas. Devido a isso, sugere-se colocar no laudo comentários sobre a variação (significativa ou não) após broncodilatador, ao invés de resposta a broncodilatador (SBPT/diretrizes 2002).
GRATO PELA ATENÇÃO www.idoub.com EntreMentes: http://blogdopg.blogspot.com