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Relatório de visita técnica na unidade de atendimento para crianças e adolescentes CERSAMI – CAPSI. De Betim.

Este texto tem o objetivo descrever um pouco da história, e conhecer os resultados e ações desenvolvidas pelo assistente social, e outros profissionais que atuam na unidade de atendimento, CERSAMI (Centro de Referência em Saúde Mental Infanto Juvenil), sendo hoje caracterizado como um CAPSI (Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil – CAPSI). Considera-se, pelo Ministério da Saúde é um lugar de referência e tratamento de crianças e adolescentes que sofrem com transtornos mentais graves sendo eles, (autismo, neurose e psicose). Mediante as informações obtidas em relação ao atendimento, ficou claro que é feito da seguinte forma, a lógica de atendimento obedece aos princípios estabelecidos pelo Sistema único de Saúde – SUS – como também pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – e o Movimento da Luta Antimanicomial.

Na busca de manter-se na lógica da não exclusão e da

reabilitação social. Visto que o modelo assistencial do CERSAMI está configurado nos seguintes dispositivos clínicos: Como primazia o acolhimento, atendimento individual, módulos terapêuticos, visitas domiciliares, grupos de familiares, permanência dia, atendimento familiar, assembleia de usuários, parceria com a Secretaria de Esportes, Projeto Circulando pela cidade, Oficina de Culinária e Oficina de Atividades Diversas como: (artesanato, práticas corporais, pinturas e etc...). A criação e trajetória da Unidade CERSAMI INFANTIL, aconteceu da seguinte forma: A proposta de assistência pública de saúde mental infanto- juvenil de Betim nasceu em 1994, tendo como objetivo atender crianças e adolescentes menores de (18) dezoito anos, com sofrimento mental grave, autistas neuróticos e psicóticos. Na época a assistência à saúde mental existente era oferecida somente a população adulta e todas as técnicas e materiais teóricos

metodológicos usados atualmente eram voltado para esse público. Até mesmo o espaço destinado à população infantil era o mesmo destinado ao público adulto, com o tempo houve a necessidade de mudança do local para um espaço apropriado para atender as necessidades clinicas das crianças e adolescentes. E conforme enfatiza a profissional atuante nessa unidade, aos poucos o trabalho com crianças e adolescentes foi se consolidando e tomando dimensão.

Entretanto atualmente,

o

atendimento

é

feito

em

regime

ambulatorial, nas regiões do Citrolândia, PTB e Embiruçu (compreendendo a região do Teresópolis) o CERSAMI responde no atendimento de urgência a todo o município e aos demais municípios consorciados, além de atender em regime ambulatorial as demais regiões da cidade. Com a proposta de um projeto terapêutico pelo técnico de referência (responsável pela solução do caso), a partir de questões colocadas para cada criança e adolescente. Há também a oferta e diferentes dispositivos, que são propostas de intervenção e na maioria das vezes feitas em grupo. Estes métodos são sempre complementares ao atendimento individual e permitem uma atenção mais intensiva aos casos mais graves. Assim sendo, segundo a profissional cada paciente pode frequentar o serviço mais de uma vez na semana sem ter que necessariamente ser incluído, na permanência dia. E na compreensão da assistente social do CERSAMI, a importância da formação e da atuação na unidade, é muito importante, uma vez que os profissionais que atuam na assistência da saúde mental são considerados trabalhadores da saúde mental e trabalham na lógica da clinica feito por muitos. E, no entanto, a participação do assistente social neste trabalho, que requer múltiplos olhares com e sobre o sujeito, é possível, a partir da leitura da realidade e do universo que se insere esse sujeito enquanto um ser social, a partir das relações que se estabelece na família, na comunidade e nos espaços sociais. Na clínica feita por muitos, o assistente social trabalhador da saúde mental é parte integrante de uma equipe que tem como amplo objetivo, a reabilitação da saúde mental da criança e do adolescente com sofrimento psíquico.

Reabilitação entendida como um processo de inclusão social, construído a partir da clínica, e que considera a singularidade de cada sujeito. Nesse sentido é fundamental contribuir com o recolhimento de informações sobre a dinâmica familiar, relações sociais que se estabelecem em torno do paciente e assim auxiliá-lo na construção de seu projeto terapêutico de reabilitação. Dessa forma a articulação da rede assistencial em torno de cada caso é imprescindível para auxiliar no estabelecimento das relações sociais que se fazem necessárias em uma reabilitação. Supostamente conforme assistente social, os antecedentes históricos usados para estabelecimento do serviço foi o seguinte, apoiado na superação da lógica manicomial, o desafio da equipe na época foi criar novas possibilidades de tratamento para crianças e adolescentes em grave sofrimento psíquico. Portanto, ficou claro desde o inicio, que era impróprio sustentar a ideia de que o modelo institucional do trabalho clínico com crianças e adolescentes poderia ser um decalque do modelo institucional do trabalho clinico adulto. Era ainda patente o movimento de exclusão, da parte de encaminhadores, que demandavam uma tarefa reparadora. A lógica era desconstruir a partir, de cada caso, não se contava com um modelo de trabalho definido a ser seguido. Porém a construção dos casos clínicos foi constituindo o modelo assistencial. No caso de crianças e adolescentes, a constatação de força da exclusão era evidente, era também visto na lógica dominante, em propostas escolas especial, casas de apoio, orfanatos entre outras. Estava presente ainda nas famílias, que segregava o diferente do meio social, restringindo a circulação desse sujeito aos estreitos espaços institucional. Foram sendo então estabelecido um modelo assistencial que previsse a integração da politica de saúde mental as demais politicas sociais de atenção à criança e ao adolescente, como assistência social educação, esporte, cultura e lazer. O CERSAMI presta assistência, em regime ambulatorial, crianças e adolescentes de (0 a 18) anos, e quatro regiões do município, e no atendimento de urgência, é referencia para (12) doze municípios consorciados da região metropolitana de Betim.

Nesse serviço, conta com a formação e atuação de outros profissionais, a equipe é constituída por psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e técnicos de enfermagem. Todos os profissionais transitam pelos vários dispositivos do serviço, de acordo com o desejo de cada um. Quando o psiquiatra abdica de apenas prescrever medicamentos, o assistente social se encarrega de fazer visitas domiciliares, o terapeuta ocupacional de apenas coordenar oficinas, o enfermeiro a cargo istrar a medicação, o psicólogo no papel de fazer psicoterapia, é possível inventar

dispositivos

novos

onde

são

resguardadas

todas

essas

especificidades, e ao mesmo tempo experimentam-se lugares e funções diferentes, onde se questiona o ideal de um saber puramente especialista e experimenta esse lugar de não saber, lugar esse que nos causa, que nos provoca e faz com que o inusitado surge. As especificidades de atendimento na unidade CERSAMI CAPSI Centro de Referência em Saúde mental Infanto – Juvenil: As especificidades da clínica com a criança e adolescente visa à criação de recursos que preservem o vínculo social do paciente: 

Com a família, a escola, os amigos e a igreja dentre outros. Perante isso, a importância do CERSAMI, com a rede de serviços de saúde e instituições que peram pela vida das crianças e adolescentes:



São eles: Escola, Conselho Tutelar, Instituições de esportes, lazer e cultura, Fórum Inter setorial da Família, o próprio serviço de saúde mental que atende adultos, (também CAPS), os ambulatórios e serviços de assistência social – Semas, Ong(s), Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos tutelares, Ministério Público, Igreja, Vara da Infância, Clubes Esportivos, etc. Com entendimento que esses serviços podem potencializar o trabalho do CERSAMI, no esforço e cuidado e reabilitação social.

A resposta da assistente social atuante na unidade em discurso, em relação à escolha de trabalhar na saúde mental, foi a seguinte; Que o ingresso na saúde mental se deu como continuidade a assistência prestada à criança e ao adolescente, que foi anteriormente ao término de sua graduação. Um

trabalho que teve início em instituições de trabalho infantil comunitária prestou assessoria a ONGs de Assistência Social, na luta pela defesa dos direitos da criança via conselhos e direitos e inserção, via concurso público, a política de assistência social no município. Transferindo – se para a politica de saúde e em especial, a politica de saúde mental que se constituiu como uma extensão e complementaridade de uma trajetória de dedicação à defesa dos direitos da criança e do adolescente. Referencial teórico usado para direcionar o assistente social na unidade: É vasto e legal o referencial teórico, mas é importante lembrar que existe uma lei especifica para regulamentar à política de saúde mental. Lei 10.216 de 04 de junho de 2001. Como também a legislação específica do Serviço Social, como o Código de Ética Profissional e a Lei 866/93 que (regulamenta a profissão), O Estatuto da Criança e Adolescente ECA, e a literatura complementar sobre a criança e a família, novas configurações familiares, literatura que aborda como temas os problemas da atualidade, como violência sexual, álcool e outras drogas, incluindo a literatura específica da saúde mental e a própria Lei 10.216/2001, (o que organiza também os serviços substitutivos de saúde mental) a linha guia da saúde mental, com produção teórica de artigos e textos sobre saúde mental, entre outros. Considerações finais: Ficou claro que a atuação do assistente social na saúde mental é de suma importância, por desempenhar um papel social que visa aprimorar o acompanhamento na viabilização e confirmação da garantia dos direitos e a inserção dos pacientes da saúde mental no meio social, que antes eram excluídos totalmente da sociedade de forma desumana.